sábado, 18 de agosto de 2007

Como Ser Legal




Como Ser Legal é o título de um livro que nunca li, do escritor inglês Nick Hornby. Esse é o cara que escreveu um outro livro, Alta Fidelidade, que virou filme protagonizado por John Cusack. Penso muito nesse livro, e pensar sobre ele é tão interessante que eu prefiro não lê-lo. Gosto do título. Como ser legal é o primeiro desafio de todo ser humano. Como contar boas piadas, boas histórias, saber ouvir... como ser gentil sem forçar a barra. Para algumas pessoas parece fácil, mas eu acho difícil pacas.


Confesso que não sou um cara legal. Eu posso até ser bom, confiável, solícito, solidário. Todas essas qualidades louváveis que você colocaria em uma mensagem de Natal. Mas legal, legal mesmo, eu não sou. Sabe aquele cara que, quando conhece um grupo, todo mundo sai dizendo “pó, que cara legal!”? Não sou eu. Buda, por exemplo, devia se dar muito bem numa mesa de bar. Já posso até imaginar aquela carequinha brilhosa dando uma desculpa convincente na hora de se despedir (“Pô, galera, vô nessa, tenho que meditar cedinho amanhã!). E depois a mesa fica naquele marasmo crítico de quando alguém realmente legal vai embora. Nós, pessoas normais, para estender o efeito daquela presença, conversaríamos sobre o que ele falou a noite toda e, pela manhã, fundaríamos o Budismo. Tá, eu exagerei. Mas você entendeu.


Foi o Buda que inventou um negócio chamado O Caminho do Meio. Não é ficar em cima do muro, como se pode pensar, mas uma busca por equilíbrio e moderação. O Buda tinha uma personalidade atenta ao momento presente, um pensamento muito livre, tanto de preconceitos quanto de constrangimentos psicológicos. Um dos suttas (texto budista) fala sobre o bem pensar, o bem comer, o bem falar etc. Muito parecido com o que falei lá em cima. Eu vou lendo os textos, tentando, mas acho que tento demais. O legal é uma condição, não uma aquisição. Ou você nasce legal ou não. Por enquanto, estou satisfeito em tentar ser bom. Quem sabe eu melhore depois de ler o livro.

3 comentários:

mbpine disse...

o texto tá ótimo, mas na foto é o deus chinês da fortuna, muito confudido com Buda.

Davi Lopes Ramos disse...

Obrigado pela correção, Barral. Mas vou manter a foto por enquanto, pois, mesmo levando a uma associaçaõ errada, cumpre bem sua função alegórica. Abraço!

Davi Lopes Ramos disse...

só fanta uva...