Segundo um professor de estética, o artista deve diferenciar entre aquilo que ele faz de bom e aquilo que ele faz como terapia. Tem coisas que só servem pra ele. Eu não sei se seria correto me chamar de artista, pois não sou profissional da arte como é um pintor, um músico, alguém que já fez isso muito e se tornou pintura, se tornou música. Mas pego tudo que me serve como terapia, e trabalho em cima até ficar apresentável. Deve ser pra não perder tempo me decidindo se escrevo pra me sentir bem, ou se escrevo pra fazer algo bom. Acho que nenhuma arte é completamente terapia, e nem completamente arte. É nessa tensão que me equilibro, e, como tem dado certo, continuo. Mas o que um artista realmente feliz teria pra falar?
Existe um certo egocentrismo em falar de si mesmo, mas escolho as palavras para criar uma versão de mim que não deixa de ser interessante de observar. Eu amo cinema e, para contrariar um carinha metido gênio, não acredito que ele seja a verdade, mas a mentira 24 vezes por segundo. Gosto desse dualismo. É preciso mentir para chegar à essência (uso a palavra mentira sem pudores, pois discordo e combato a conotação negativa que é atribuída a ela).
A imagem é de O Sétimo Selo (Ingmar Bergman). Homenagem tardia a um grande analista da alma humana.
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